Batman, Sócrates e Jesus:
buscai primeiro a sua justiça

Nunca deixe Sócrates perguntar ao Batman o que é justo

Um dos motivos pelos quais sou 100% impermeável ao apelo dos quadrinhos e filmes de super-herói é que a obsessão norte-americana com a justiça não faz qualquer sentido para um sujeito nas minhas latitudes. As narrativas de super-herói são ensaios e variações na sondagem dos extremos da aplicação da justiça, e o sertanejo/letão/italiano dentro de mim não consegue conceber exercício mais almofadinha e mais maçante.

Os uniformes e narrativas de origem mudam, mas o arcabouço é o mesmo: o super-herói é compelido a agir porque tem despertado o seu senso de justiça, e este é despertado quando ele entende que a justiça tradicional Continue lendo →

O ateísmo é a melhor coisa, exceto nos casos em que deixa de ser

O mistério dos ateus que não deixam de acreditar em coisas incrivelmente convenientes

Ateus e desconversos me interessam mais do que crentes e religiosos, porque via de regra submeteram-se a um autoexame mais inclemente e no processo abandonaram um bom número de ilusões a respeito de si mesmos e dos outros.

Para o teólogo Paul Tillich, o marxismo e a psicanálise são grandes e temíveis em que desmascaram níveis ocultos da realidade que antes de serem articulados determinavam o curso das gentes sem que os tivéssemos de olhar de frente. O homem natural tem medo (em alguns casos fundamentado) de que enxergar a realidade como ela é possa destruí-lo, por isso tende a rejeitar com paixão tanto as revelações do marxismo Continue lendo →

A herança perdida

A história do cristianismo é também a história da dança pública de um número limitado de palavras. É a história de para onde essa inusitada coreografia acabou conduzindo tanto as palavras que estavam dançando quanto as pessoas que estavam ouvindo.


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